Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os
santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: Filipenses 1:1.
“...Paulo” - Antes de se tornar o apóstolo que conhecemos foi um perseguidor de
Cristãos, matou pessoas entendendo que fazendo isso estava agradando a Deus de
todo o coração.
Era um Judeu da tribo de Benjamim e natural de Tarso (grande metrópole
universitária), que era uma cidade grega (atual Turquia) sobre o domínio
romano. Recebeu influência direta de pelo menos três culturas: judaica, grega e
romana. Percebemos em seus escritos grande conhecimento nas mais diversas
áreas, certamente era um homem poliglota e com vasto conhecimento na lei
mosaica. Possuía uma profissão diferenciada, era alguém que fazia tendas, se
comparamos com os tempos modernos podemos equiparar a um arquiteto ou design de
interior, ou seja, provavelmente era um homem com boa condição financeira, além
disso Paulo era um cidadão romano de nascença .
Se pensarmos em todos os benefícios de ser um cidadão romano, o vasto
conhecimento filosófico, teológico e cultural do apóstolo, todo o prestígio que
tinha entre os fariseus, somente um encontro realmente profundo com Jesus
poderia gerar conversão em Paulo. E de fato, Jesus é quem vem ao encontro do
homem para o redimir, Paulo nos leva a entender em seus escritos que de fato a
salvação é pela graça é um ato de Deus e não nosso. Somente um encontro real
com Cristo pode fazer um homem abandonar antigas convicções e certezas, todo
prestígio e dinheiro, para estar disposto a morrer pela mensagem do evangelho.
A partir do dia que encontrou a Cristo no caminho de Damasco sua
história foi mudada, de um perseguidor respeitado por judeus e romanos,
tornou-se perseguido.
Paulo possuía muitos atributos, porém não se gloriava em nenhum deles,
pelo contrário, gloriava-se em suas fraqueza (2 Coríntios 11:30) pois
sabia que dos pobres de espírito é o Reino dos Céus. Romanos, no capítulo sete,
demonstra que Paulo era um homem comum, com fraquezas e limites, pois não
conseguia fazer o que sabe que é bom e agradável ao Senhor, mas em tudo isso
era sustentado pela Graça.
A vida deste homem, deu testemunho e avalizou seu ministério e vocação.
Era mais do que um missionário, mas um pastor e mestre para as igrejas do
primeiro século e seus ensinos sintetizam a vida e palavras de Jesus.
“...Timóteo” - Lucas relata a conversão de timóteo e o convite de Paulo para
que o jovem lhe acompanhasse em viagem:
E chegou a Derbe e
Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma
judia que era crente, mas de pai grego;
Do qual davam bom
testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.
Paulo quis que este
fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam
naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.
Atos 16:1-3
A vida de Timóteo proporciona reflexões muito profundas, provavelmente
ele conheceu o evangelho durante a primeira viagem de Paulo na região. O pai de
Timóteo era grego, então podemos imaginar que sua formação cultural era grega,
o fato dele não ser circuncidado confirmar esta informação.
A igreja local dava testemunho da via de Timóteo e sua mãe Lídia,
chamando a atenção de Paulo que o chamou para acompanhá-lo em sua viagem.
Paulo viu na vida deste jovem a vocação que o mesmo recebeu de Cristo,
tornou-se um amigo e de certo modo um aprendiz de Paulo, foi preparado para ser
um pastor.
Pelo que vimos, também era alguém que poderia de alguma forma ajudar na
confecção das cartas às igrejas, talvez escrevendo enquanto paulo ditava.
Timóteo e Paulo foram exemplos de amizade e consciência da vocação,
fortalecendo um ao outro em meio a caminhada.
“...servos de Jesus Cristo” - Paulo e Timóteo
inicia sua carta apresentando-se como servos, que é o chamado primeiro de todo
cristão.
Quando lemos este texto precisamos nos lembrar da
obra da redenção por meio de Cristo Jesus, antes éramos escravos de nossos
pecados que nos conduzia invencivelmente a morte eterna, porém agora, somos
escravos do amor de Cristo que nos torna livres de toda opressão e pecado, nos
conduzindo a sermos participantes da natureza divina sendo chamados filhos de
Deus.
Paulo discorrer profundamente sobre o assunto:
11
Portanto, considerem a velha natureza de vocês como se estivesse morta e surda
para o pecado, enquanto vocês, por outro lado, estão vivos para Deus, atentos a
Ele, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
12
Não deixem nunca mais que o pecado controle esse corpo fraco de vocês; e não
cedam aos seus desejos pecaminosos.
13
Não deixem que nenhuma parte de seus corpos seja instrumento do mal, usada para
pecar. Antes se entreguem inteiramente a Deus - o corpo todo - pois que vocês
voltaram da morte e desejam ser instrumentos nas mãos de Deus, usados para seus
bons propósitos.
14
Nunca mais o pecado precisa voltar a ser-lhes senhor, pois agora vocês não
estão mais amarrados à lei com que o pecado os escraviza, mas livres sob a
compaixão e misericórdia de Deus.
15
Isto significa que agora nós podemos ir avante e pecar sem nos incomodarmos com
o pecado? (Pois nossa salvação não depende de guardar a lei, mas de receber a
graça divina!) Naturalmente que não!
16
Será que vocês não compreendem que podem escolher seu próprio senhor? Podem
escolher o pecado (com a morte) ou então a obediência (com a absolvição).
Aquele a quem você mesmo se oferecer, este o tomará, será o seu senhor e você
será escravo dele.
17
Graças a Deus que vocês, embora antigamente tivessem escolhido ser escravos do
pecado, agora obedeceram de todo o coração ao ensino que Deus lhes entregou.
18 E
agora estão livres do velho senhor, o pecado; e tornaram-se escravos do novo
senhor, a justiça.
19
Falo desta maneira, utilizando-me da ilustração de escravos e senhores, porque
é fácil de compreender: tal como vocês costumavam ser escravos de todos os
tipos de pecado, assim também agora é preciso que vocês se deixem escravizar
por tudo quanto é justo e santo.
20
Naqueles dias, quando vocês ainda eram escravos do pecado, não se importavam
muito com aquilo que é bom.
21 E
qual foi o resultado? Evidentemente não foi nada bom, visto que agora vocês se
envergonham até mesmo em pensar naquelas coisas que costumavam fazer, pois
todas elas terminam em perdição eterna.
22
Agora, no entanto, estão livres do poder do pecado e são escravos de Deus. E
entre os benefícios que Ele dispensa a vocês, estão a santidade e a vida
eterna.
23 O
salário do pecado é a morte, mas a dádiva gratuita de Deus é a vida eterna por
meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
Rm. 6
Não existe a possibilidade de servir a dois
senhores, existem apenas duas opções em nossa existência, ou somos escravos de
nossos ídolos ou abrimos mão dos nossos supostos direitos e entregamos nossa
vida debaixo da vontade de Deus, para viver como ele quer, para ir onde ele
deseja, viver os seus propósitos.
A escravidão do pecado levará a morte, tristeza,
angústia e sofrimento. Mas aqueles que estão em Cristo, podem padecer
necessidades mas ainda assim subsiste contentamento em seus corações, pois sabem
que o seu Senhor os ama como filhos.
A disposição de sermos servos de Cristo traz sim
consequências, você perde a autonomia, suas decisões, a maneira como você cria
os filhos, o modo como você utiliza o dinheiro, tudo isso passa a ser feito a
partir da vontade do seu Senhor. Escravo não possui bens, não possui poder de
decisão, a vida de um escravo é inteiramente guiada a partir da vontade do seu
senhor.
Isso diz respeito aqueles que são escravos do
pecado e aqueles que são escravos de Cristo, qual é o melhor lugar pra se
estar.
A grande diferença é que o nosso senhor é perfeito,
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tiago 1:17).
O nosso Senhor é perfeito, todas a decisões dele
pra nós produzirá salvação.
Nós vimos na carta aos filipenses a compreensão
perfeita da materialização desta consciência de serviço. Pedro também escreve a respeito desta vida de propósito:
10
Deus deu a cada um de vocês algumas capacidades especiais; estejam certos de as
estarem utilizando para se ajudarem mutuamente, transmitindo aos outros as
muitas espécies de bênçãos de Deus.
11
Você é chamado para pregar? Então pregue como se o próprio Deus estivesse
falando através de você. Você é chamado para ajudar aos outros? Faça-o com
todas as forças e a energia que Deus lhe concede, a fim de que Deus seja
glorificado por meio de Jesus Cristo - a Ele seja a glória e o poder para todo
o sempre, Amém
1
Pe. 4
Não tenha dúvida a respeito do propósito de Deus em
sua vida, VOCÊ NASCEU PARA SERVIR.
Nós invariavelmente vamos refletir a imagem do
nosso Deus, se nossa confiança estiver no dinheiro, nossa vida será por uma
busca ao dinheiro, por este motivo o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males. Mas o amor a Deus nos fará refletir o amor.
“... todos os santos em Cristo Jesus, que estão
em Filipos” - Elienai Cabral vai dizer o seguinte sobre este
trecho:
Os destinatários,
portanto, são chamados “santos” porque foram separados para viver para Cristo.
A igreja romana identifica como “santos” os que já morreram. Porém, o contexto
teológico indica que “santos” são todos quantos servem ao Senhor Jesus em vida
física. O significado da palavra “santo” é “separado”. Os crentes em Cristo,
independentemente de suas fraquezas, são os “separados” para servirem a Cristo.
A santidade pode ser vista sob dois ângulos: posicional e a progressiva.
Posicionalmente, todos quantos estão em Cristo Jesus são considerados “santos”.
Progressivamente, todos os vivos em Cristo aperfeiçoam a vida cristã buscando a
separação de toda e qualquer ação pecaminosa.
Elienai, Cabral.
Filipenses (Locais do Kindle 293-298). CPAD. Edição do Kindle.
Esta separação não é uma obra humana, mas uma ação
de Deus em nosso favor e direção:
E o mesmo Deus de paz
vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo.
1 Tessalonicenses 5:23
“...com os bispos e diáconos” - Paulo não destaca a
liderança para que eles se sintam mais amados, ou mais importantes. Mas para
lembrar estas pessoas de sua responsabilidade com o ministério recebido de
Cristo. No corpo de Cristo é repartido dons e ministérios, aqueles que exercem
funções eclesiásticas e de liderança na congregação local precisam
entender seus deveres e responsabilidades, que é de servir aos irmãos em amor,
mas do que isso são responsáveis por ajudar os demais irmão a entenderem quem
são em Cristo Jesus.
A palavra nos ensina a função dos bispos e
diáconos:
Ora, naqueles dias,
crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os
hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
E os doze, convocando
a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra
de Deus e sirvamos às mesas.
Escolhei, pois, irmãos,
dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
Mas nós perseveraremos
na oração e no ministério da palavra.
E este parecer
contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do
Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau,
prosélito de Antioquia;
E os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
Atos 6:1-6
Esta é uma palavra
fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
Convém, pois, que o
bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar;
Não dado ao vinho, não
espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não
avarento;
Que governe bem a sua
própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
(Porque, se alguém não
sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? );
Não neófito, para que,
ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
Convém também que
tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no
laço do diabo.
Da mesma sorte os
diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não
cobiçosos de torpe ganância;
Guardando o mistério
da fé numa consciência pura.
E também estes sejam
primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
Da mesma sorte as
esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos sejam
maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas.
Porque os que servirem
bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé
que há em Cristo Jesus. 1 Timóteo 3:1-13
Um dos livros que utilizei para pesquisa enquanto escrevia estes estudos, foi o Comentário de Calvino a respeito da carta de Paulo aos filipenses. Você poderá encontrar este livro na Amazon clicando AQUI.
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