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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Filipenses

Meus queridos amigos, iniciamos hoje uma série de reflexões com base na carta de Paulo aos filipenses. Nesta primeira publicação faremos uma breve introdução desta carta.

Além do texto, disponibilizamos o áudio:


Introdução

A carta de Paulo aos irmãos Filipenses traz ensinamentos profundos a fé Cristã. O texto propõe aos seus leitores uma vivência no evangelho com alegria e contentamento, através da fé em Cristo Jesus.
Filipos se tornou uma importante colônia do império romano, a cidade recebeu este nome em homenagem ao seu conquistador, o rei Felipe II da Macedônia em 358 a.C. Em 108 a.C. passou ao controle romano. Em 42 a.C. os romanos que então venceram a batalha de Filipos, se instalaram no local e tornaram a cidade uma réplica menor de Roma.  
A cidade de Filipos tinha grande importância comercial, vindo a ser uma das principais rotas entre a Europa e Ásia.


A respeito da religiosidade dos filipenses, Elienai Cabral afirma que:


Segundo o registro resultante das escavações arqueológicas no local da cidade de Filipos, os arqueólogos descobriram que Filipos era uma cidade idólatra com vários deuses gregos e romanos, além de várias divindades orientais, como Baal e Astarote e outros. Por não haver muitos judeus na cidade, não havia sinagoga judaica.
Elienai, Cabral. Filipenses (Locais do Kindle 159-161). CPAD. Edição do Kindle. 


Paulo e Silas estiveram em Filipos por volta dos anos 51 e 52 a.C. quando de sua segunda viagem missionária. 
Lucas descreve o compreensão que Paulo e Silas tiverem quanto a necessidade de ir para a Macedônia:


E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos.
E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho.
E, navegando de Trôade, fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia e, no dia seguinte, para Neápolis;
E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia; e estivemos alguns dias nesta cidade.
Atos 16:9-12


Paulo e Silas tinham plena convicção a respeito de quem eram em Cristo, como também sabiam que a natureza do envio que receberam era o mesmo do próprio Jesus. A partir desta consciência, seus corações estavam sensíveis a voz do Espírito Santo, por este motivo interpretaram a visão recebida por Paulo como sendo a vontade de Deus para suas vidas.

Filipos era uma cidade com muita diversidade em relação a origem, tanto quanto da religiosidade dos seus habitantes naquele período. Por este motivo não existia uma sinagoga judaica na cidade e as reuniões organizadas por Paulo e Silas aconteciam a beira do rio, na parte externa na cidade, pois era proibido pregar sobre um religião não reconhecida na parte interna da cidade.. O público que os seguiam eram principalmente mulheres. Lucas narra como foi a primeira conversão:


E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram.
E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.
Atos 16:13-15


Paulo e Silas sabiam de que a luta deles não era contra carne e sangue, mas contra principados e potestades (Efésios 6:12). Na cidade começaram a pregar e expulsar os espíritos imundos, causando grande alvoroço, afinal eles estavam em uma cidade idólatra e com grande liberdade para os espíritos malignos agirem.
Paulo e Silas são presos, mas cantam na prisão. Deus manda um terremoto, para que sua glória seja manifesta e pessoas sejam salvas. 
Deus permite prisões e dores na vida daqueles a quem ama, para que através do testemunho vidas sejam mudadas.


E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados.
E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade,
E nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.
E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.
E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.
O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes segurou os pés no tronco.
E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido.
Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos.
E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas.
E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.
E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa.
E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus.
E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa.
E, sendo já dia, os magistrados mandaram quadrilheiros, dizendo: Soltai aqueles homens.
E o carcereiro anunciou a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados mandaram que vos soltasse; agora, pois, saí e ide em paz.
Mas Paulo replicou: Açoitaram-nos publicamente e, sem sermos condenados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? Não será assim; mas venham eles mesmos e tirem-nos para fora.
E os quadrilheiros foram dizer aos magistrados estas palavras; e eles temeram, ouvindo que eram romanos.
E, vindo, lhes dirigiram súplicas; e, tirando-os para fora, lhes pediram que saíssem da cidade.
E, saindo da prisão, entraram em casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram.
Atos 16:16-40


Quando da sua terceira viagem missionária, Paulo esteve novamente em Filipos e outros lugares na Macedônia, após este período foi para Roma, onde ficou preso entre dois ou três anos. Entre 61 e 64 d.C. Paulo escreveu as cartas às igrejas em Éfeso, Colossos, Filipos e a Filemom.


Enquanto estava preso,o apóstolo recebeu a visita de um irmão de Filipos, chamado Epafrodito, que levou uma oferta fruto da generosidade dos filipenses (Fp 4.18). 


Paulo demonstra grande apreço  pelo irmãos, expressa palavras de gratidão pelo engajamento e cooperação contínua desta igreja (Fp 1.5). Existiam também alguns pregadores na região que era invejosos e tentavam minar o ministério do apóstolo e prejudicar a unidade do corpo de Cristo, desta forma a carta servia como exortação e alerta para a congregação, com o intuito de permanecerem firmes na fé mesmo em meio as adversidades, assim como ele que estava preso, porém livre em Cristo. 


Ainda sobre o propósito desta carta, o pastor Elienai Cabral escreve:


As cartas da prisão tornaram-se epístolas doutrinárias que não somente ensinavam as doutrinas de Cristo, mas orientavam os cristãos quanto ao comportamento que deviam ter em relação ao mundo hostil daqueles dias contra a Igreja. Porém, essa Carta é um libelo de amor e gratidão aos filipenses pelo cuidado deles com os obreiros que serviam a Cristo.

Elienai, Cabral. Filipenses (Locais do Kindle 239-241). CPAD. Edição do Kindle. 


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