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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Ateísmo pode não ser ausência de Deus, mas pode ser ausência de interpretações sobre Deus. Já parou pra pensar nisso!?

Meu filho me perguntou: Papai o que é um ateu?

Eu lhe disse:

Deus falou para o homem A: Eu sou o único Deus. O homem A a partir de então, começou a exigir que todos em sua volta só adorassem "seu" Deus. Quem não aceitava, morria.

Deus falou para o homem B: Eu sou o Deus que te ama. O homem B, começou a dizer, que o único Deus amoroso era o dele. Todas as pessoas devem amar o "meu" Deus.

O mundo então virou um cáos. Um mundo bipartido. Seguidores do Homem A, que se diziam servos do DEUS A. De outro lado, seguidores do homem B, que chamavam Deus de DEUS B.

No meio de toda a confusão, um rapaz indignado com as atrocidades praticadas em nome de DEUS, gritou na terra: Eu sou ateu.

Um Ateu pode não ser aquilo que pensamos, ou que sempre nos sugestionaram: Ausência de Deus!

Ateísmo pode ser ausência das interpretações humanas sobre Deus. Na história acima, Deus apenas queria com os homens falar, mas os seres humanos, sempre com "boas intenções" me parece sempre desejar dominar!

Deus é o mesmo Deus. Mas quando tenta se comunicar com o ser humano, este o rotula, põe nomes, da sentimentos, e diz fazer coisas que ELE na verdade nunca mandou. Religião é hermenêutica, é interpretação, é jogo da linguagem que sem a dose certa de alteridade, pode nos transformar em soldados doentes da maldade!

Como disse Rubem Alves, a "religião é tapeçaria que a esperança constrói com palavras. E sobre estas redes as pessoas se deitam. É, deitam-se sobre palavras amarradas umas nas outras. Como é que as palavras se amarram? É simples. Com o desejo. Só que as vezes, as redes de amor viram mortalhas de mede. Redes que podem falar de vida e podem falar de morte. E tudo se faz com as palavras e o desejo.".

Por isso Jesus disse "sede como crianças", pois elas, nascem sem preconceitos ou interpretações, apenas vivem, e sem guerras!


Rafael Dias

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