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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Espiritualidade revolucionária: entre o Jesus do deserto e o Cristo da história

SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?
Salmos 15:1

A maior aspiração dos cristãos é conhecer a Deus. A meta das disciplinas espirituais que desenvolvemos em nossa jornada é manter uma relação viva com o Pai, pois fomos criados por Ele e para Ele. Nas Escrituras, Davi é identificado como o “homem segundo o coração de Deus”. Foi ele quem registrou o maior número de orações na Bíblia. O Salmo 15 nos coloca uma questão importante: quem são esses que desfrutam de tamanha intimidade com Deus? Quem são os que desenvolvem esta espiritualidade excelente, tão desejada por todos?

As respostas oferecidas no mercado da religião são muitas: há quem pense que esta condição requer a doação de gordas ofertas para líderes religiosos ou para a execução de ‘grandes empreendimentos’ da fé. Outros se baseiam no cumprimento rigoroso de um cardápio de leis e normas para alcançar a “pureza espiritual”. E há ainda uma vasta literatura que oferece métodos para aproximação do sagrado.

É o próprio Davi, contudo, quem revela o perfil daqueles que desfrutam da presença de Deus: homens e mulheres que andam com integridade; promovem a justiça; cuja língua não é usada como arma para ferir o próximo; não participam de negócios enganosos e não permitem que o inocente seja injustiçado.

Diante da agenda desafiadora do Salmo 15, percebemos que não podemos perder tempo com ‘modelos’ e ‘esquemas’. A espiritualidade não é uma questão de forma, mas de essência. Jesus criticou severamente os fariseus que ofereciam o dízimo da hortelã, da arruda e das hortaliças, mas eram incapazes de praticar a justiça e a piedade (Lucas 11:42).

A espiritualidade cristã, portanto, não se resume ao interesse pela vida interior. Deus nos chama a uma vida integrada, em que o que somos se traduz em ações em prol da manifestação do seu Reino e de sua justiça. Por isso, é fundamental integrar em nossa vida tanto o ‘Jesus do deserto’ quanto o ‘Cristo da história’, que se revelou na periferia do mundo, anunciando um Reino que inclui pobres, cegos e excluídos (Lucas 4:18, 19).

A verdadeira adoração é aquela que se inicia a sós com Deus e se perpetua na comunidade. É uma espiritualidade revolucionária, pois não se conforma com este sistema pecaminoso que transforma pessoas em coisas.

Quem, afinal, conhece o Pai? Eis a resposta de Deus a Jeremias: “Julgou a causa do aflito e do necessitado, e por isso lhe sucedeu bem. Não é isto me conhecer? Diz o Senhor”. (Jeremias 22:16)

Fonte: http://www.novosdialogos.com/artigo.asp?id=410
Por Caio Marçal

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