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quarta-feira, 27 de março de 2013

Crônica: A maior religião do país

Religiosamente todos os finais de semana, fiéis convergem dos mais inóspitos lugares em direção às basílicas. Famílias inteiras, levando crianças de colo para serem educadas desde cedo no caminho. O fascínio no rosto dos pequenos contrasta com o fanatismo na face dos anciões.

Você está em qualquer grande cidade do país e vê como todas elas são afetadas pelos intensos cultos, onde religiosos fundamentalistas defendem sua fé, discutindo entre as várias linhas teológicas indicadas por seus ídolos e escudos representativos. Os debates são intensos, nalguns casos, começam no café da manhã e acabam no jantar. A TV a cabo tem mais de vinte canais de transmissão deste fenômeno religioso brasileiro. Não há como fugir.

Os mais dedicados a esta religião consumem todos os produtos, ostentando, cada qual com a cor que representa determinada facção, o que chamam de manto sagrado.

Nos cultos, entoam cânticos que visam motivar aos sacerdotes de seu credo. A fé é inabalável.

Não há duvidas, quando a bola rola, na maior religião do Brasil – falo do futebol, obviamente – os corações são tocados, a emoção fica ativa e a razão é abandonada.

Esta ideia não é original – alguma coisa é? –, mas uma adaptação da ideia utilizada no livro Deuses Americanos, de Neil Gaiman. Nesta obra, utilizando-se do conceito de mitologia praticado nos povos antigos – em que cada ponto relevante àquela sociedade vira uma divindade –, Gaiman cria deuses pautados no mundo moderno; um deles, por exemplo, seria o deus Fama, que não precisa de explicações – ou será que preciso dizer o quanto é supervalorizado o status de famoso em nossa época?.

Ao pensar sobre qual seria a crença/ponto de envolvimento emocional do brasileiro, cheguei a conclusão que nada é mais forte que o futebol – diga-se de passagem que não estou dando uma opinião, apenas relatando algo que vejo – embora, sinceramente, há algum tempo que perdi o hábito de todos os finais de semana assistir a jogos televisionados – e por isso registro –. Nesta perspectiva, chamo a atenção ao fato de quantos de nós já não termos ouvido dalgum torcedor que “torcer no estádio é diferente”, “uma coisa boa que todos sentem”; notaram as semelhanças com o discurso religioso?

Não estou propondo que o futebol vire uma religião, mas sim que os fiéis – digo, fãs – dos times militam da mesma forma que os religiosos condenados por eles. O fato é que ninguém para com intuito de refletir na questão. Os processos são os mesmos de adeptos e torcedores: hinos, cantos, reuniões, sócio-torcedores/membros, jogos/cultos, entre outros.

O futebol é realmente a religião mais praticada do Brasil, levando vantagem sobre as outras no quesito de seus fiéis serem muito mais fanáticos – ainda não vi por aqui grupos de outras religiões organizarem “brigas organizadas entre si”, já sobre o esporte da bola, não posso dizer o mesmo. 

Enfim, diante de tanto religiosismo, fico tentado a afirmar que Deus deve ser brasileiro, mas não posso levantar esta hipótese, afinal o papa é argentino.

Por Vilto Reis.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Diabo ou Diabos!?

O cara mata...foi o diabo
o cara rouba....foi o diabo
o cara estupra...foi o diabo
o cara vira alcoólatra...foi o diabo
o cara tem orgasmo com a prostituta...foi o diabo
o cara menti....foi o diabo
o cara bate na mulher...foi o diabo
o cara vai pro carnaval...foi o diabo (tô possesso então) rs
pergunta: aonde está a nossa responsabilidade?

Se o problema de tudo é o diabo...pense comigo...se tudo é o diabo, então Deus é fraco! Sim, porque se a bíblia diz que a oração muito pode em seus efeitos...quantos bilhões e bilhões oram pra acabar a miséria, a fome, a morte... e nada!

Se Deus tem força e não quer atender as orações, ele é masoquista.

Como eu tenho fé de que Deus não é um fraco...concluo: o diabo somos nós!
Com esse pensamento, a pergunta se desloca de "Que Deus é esse?" para "Que tipo de gente somos nós?"

Por Rafael Dias

segunda-feira, 11 de março de 2013

Educação e os seus "valores"

           O povo, em sua grande parte é muito sábio, e sempre de alguma forma contribuíram para o engrandecimento e crescimento desta gloriosa terra. Em um momento o povo disse uma sabia frase: ''Às vezes, as correntes que nos impedem são mais mentais do que físicas. Pense, pois muitas vezes amarram você em nada e você acredita. '' 

            Algumas vezes o que nos impede de mudar ou de questionar o sistema vigente, são coisas tão meras e pequenas, mas que estão impregnadas em nossa mente, e que nos gera um certo medo de mudança ou acaba tornando-se uma utopia. A educação molda nossa mente e nosso caráter desde pequenos, como pensar num mundo diferente se não nos ensinam?
A educação tem servido por muito tempo como aparelho Ideológico do Estado, nos levando a uma “submissão” ao capitalismo.

            Podemos observar que é pela escola que nos sujeitamos ao Estado, seguindo severamente ao que aprendemos em relação à Ordem e Progresso. A escola, mediante ao que ensina, luta contra o folclore, contra todas as sedimentações tradicionais de concepções do mundo, afim de difundir uma concepção mais moderna, cujos elementos primitivos e fundamentais são dados pela aprendizagem da existência de leis naturais como algo objetivo e rebelde, às quais é preciso adaptar-se para dominá-las, bem como de leis civis e estatais que são produto de uma atividade humana estabelecidas pelo homem e podem ser por ele modificadas visando a seu desenvolvimento coletivo.
Por exemplo, a escola transmite as idéias e valores que justificam as praticas sociais vigentes e, na medida em que não consegue assimilar extensos segmentos de possíveis estudantes, acaba excluindo-os da apropriação da herança cultural.

           No Governo de Getulio as crianças saiam pelas ruas com bandeiras do País. Como justificar esse fato? Através das escolas que manipulavam os estudantes com a idéia da defesa da nação.
Como já dizia a musica de Geraldo Vandré:
Vem vamos embora que esperar não é saber; quem sabe faz a hora não espera acontecer.
Podemos transformar e mudar nossa educação, afinal que tipo de ser humano pretendemos formar em nosso Pais? O homem deve ser apenas sujeito, ou também agente de sua historia?

Bia Withoft

quinta-feira, 7 de março de 2013

Oração


            Não é todo dia que dobramos os joelhos para orar a Deus e o ouvimos ou sentimos algo diferente da nossa realidade humana. Tem Dias que parece mesmo é que estamos falando com a parede, não há sensação de paz, não há arrepios (isso só acontece com os canelas de fogo), às vezes não a lagrimas... Apenas palavras que parecem estar no vazio. O que me move a dobrar os joelhos pra falar sozinho, é que a minha fé ainda me faz acreditar que alguém está escutando, a diferença não é a lagrima ou o arrepio, mas a fé que nos move para falar com um Deus que não vemos e as vezes não sentimos, mas que prometeu nos escutar. O derramamento da sua graça nos faz acreditar que ele esta ali bem pertinho da gente, mesmo que no silencio. Mas fique tranquilo, que uma hora ele fala alguma coisa, alias, ele sempre esta falando alguma coisa, como diz o técnico Tite, “fala muito” e nesse caso é o que nos mantem em pé, a fala de Deus.


Jackson Vieira