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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pecado e pecados tem diferença?



Todos nos sabemos e estamos cientes que somos pecadores, ou seja, o vírus do pecado entrou no mundo por um só homem (Adão) e contaminou toda a humanidade, sendo assim todos nós herdamos uma natureza pecaminosa (Rm 5.12).
  Pecado (s) é um tema que não gostamos muito de falar, de pensar e debater, mas então porque a opção por esse assunto (?); Lhes conto o motivo da eleição, o principal motivo é porque a bíblia da muita atenção a questões sobre o pecado e penso que se queremos compreender a salvação devemos ter claro em nossa mente o que é o pecado, outro motivo que me levou a escrever esta reflexão foi porque do dia (30 a 1 de abril) promovemos juntamente com os lideres um retiro espiritual para jovens aqui em Corrientes-Argentina, e justamente compartilhei algo sobre este mesmo tema. E estudando-o aprendi coisas novas, tirei algumas duvidas e formei algumas opiniões ou conclusões não sei que palavra cairia melhor aqui, mas enfim o que quero mesmo é compartilhar isso com vocês leitores, tendo em mente que tudo que escrever pode ser debatido e talvez até contrariado dependendo da interpretação de quem ler, sendo assim deixo claro que escrevo não como uma verdade absoluta porque quanto mais estudamos menos sabemos, mas sim como uma opinião própria, almejando que isso nos leve a estudar mais sobre o assunto.   
Podemos facilmente dizer que a diferença entre pecado e pecados é simplesmente o S singular e plural, mas não é precisamente assim, há uma diferença entre as duas palavras; Pecado, de acordo com a bíblia é algo dentro de nós que nos motiva e nos obriga a ter certas inclinações espontâneas, que nos induz para o caminho da concupiscência e paixão. (Rm 7:8, 16-17)
 Porém não há somente o pecado interior que nos obriga e induz, há também os atos pecaminosos individuais, os pecados, os quais são cometidos exteriormente. Na Bíblia, os pecados estão relacionados com a nossa conduta, enquanto o pecado está relacionado com a nossa vida natural. Pecados são os cometidos pelas mãos, pelos pés, pelo coração, e mesmo por todo o corpo.  Vemos Paulo referir-se a isso ao falar dos feitos do corpo (Rm 8:13), contudo o mesmo Paulo diz que o pecado é uma lei que controla os nossos membros (Rm 7:23), ou seja existe algo dentro de nós que nos leva a pecar, e a cometer o mal e esse algo é o pecado.
Podemos aqui fazer uma distinção entre pecado e pecados, mas para isso há uma parte das escrituras que precisamos considerar que são os primeiros 8 capítulos de Romanos. Nesses oito capítulos encontramos uma característica clara: do capítulo 1 ao 5:11, a palavra pecados, no plural, é mencionada a maioria das vezes; a palavra pecado, no singular, é muito pouco mencionada. Mas, do capítulo 5:12 até o final do capítulo oito, o que encontramos é pecado, não pecados. Do capítulo 1 até 5:11, Romanos mostra-nos que o homem tem cometido pecados diante de Deus. De 5:12 em diante, Romanos mostra-nos que tipo de pessoa o homem é diante de Deus: um pecador. Pecado refere-se à vida que possuímos. Estes oito capítulos nos esclarecem a diferença entre os termos. Os pecados têm a ver com o nosso procedimento, e para isso a Bíblia mostra-nos que precisamos de perdão (Mt 26:28; At 2:38; 10:43). Porém, o pecado é o que nos incita e induz-nos a cometer os atos pecaminosos. Por isso, a Bíblia mostra-nos que precisamos de libertação (Rm 6:18, 22).
Estas observações são muito importantes para o nosso entendimento parece uma coisa pequena, porém tem grande relevância para nossa vida Cristã, o importante é que o nosso Deus esta sempre disposto a liberar e também a perdoar. Ao ver essa diferença podemos concluir o seguinte, sendo o pecado a nossa natureza isso não nos gera culpa diante de Deus, mas os nossos atos pecaminosos esses sim produzem em nossa consciência uma certa impaciência, nomeada como culpa e só depois de ter um arrependimento sincero é que somos livres da culpa, porque quando nos arrependemos e confessamos conseqüentemente somos perdoados dos nossos pecados.
 Então que possamos buscar em Deus a liberação diária da nossa natureza pecaminosa e se cometermos erros então à atitude certa a tomar é confessar e arrepender-se buscando assim o perdão.     
Esse tema é muito extenso poderíamos seguir explorando, quem sabe em outra oportunidade posso escrever nessa mesma linha de pensamento, mas o meu objetivo principal foi mostrar a diferença desses termos, pessoalmente acho relevante para nossa vida cristã, termino esse artigo lhes contando uma experiência pessoal. Como mencionei no começo do texto tivemos um retiro com jovens e comentei sobre esse tema e juntos fizemos uma charla falando sobre pecado, pecados, suas conseqüências, a sutileza do pecado enfim muitos tópicos sobre esse assunto, e foi muito importante o debate, mas no fim do mesmo uma jovem que esta dando os primeiros passos na fé me chamou e disse que queria conversar a parte, juntei minhas coisas e fomos conversar, ela estava muito comovida e em lagrimas começou a me contar alguns de seus muitos questionamentos; ela dizia que mesmo sendo católica sempre estudou a bíblia, e tinha muita vontade de ser uma Cristã, mas uma coisa que lhe incomodava era o fato de ela ter amigos e até familiares servindo ao Senhor e levando uma vida de praticas pecaminosas, e ela dizia eu conheço muitos que dizem servir ao Senhor levando uma vida contaminada, e isso me impediu de antes conhecer ao Senhor porque olhava a vida dos outros e via que meus amigos não cristãos as vezes se comportavam melhor do que os meus amigos Cristãos, e eu tinha isso como uma escusa, ela me dizia eu não queria ser uma cristã como são muitos, mas depois de me contar essas coisas essa jovem me disse, mas Deus me ensinou a olhar pra Ele e passar por cima dessas coisas, hoje eu quero olhar pra mim e deixar de julgar os outros, eu lhe escutei e enquanto lhe escutava me perguntava em pensamento como as pessoas não Cristãs nos vêem?, Como essa menina deve ter outras, sem querer julgar e me incluindo,  muitas vezes deixamos a nossa natureza tomar conta de nós, e cometemos os pecados conscientes levando a vida Cristã de qualquer maneira, ou seja não confessamos, não nos arrependemos e seguimos assim da mesma maneira, sempre nos baseando na graça e na misericórdia de Deus, e deixando as mesmas tão baratas a ponto de pensar que podemos fazer o que queremos da forma que queremos, amigos a vida eterna, a salvação e o inferno não são balela, são coisas muito sérias que necessitam ser faladas e os pecados tem levado muitos a se afastar da maravilhosa presença de Deus, no final da conversa que eu tive com essa jovem chamada Paola ela me pediu pra falar a tarde no microfone, ela dizia eu ouço a voz do Espírito Santo e não posso ficar calada e não esquecemos é uma pessoa que recém esta conhecendo o Senhor, pra encurtar a história eu pedi pro líder do evento pra que a Paola falasse e ele sem entender nada nos deu a oportunidade foi muito lindo ver o que Deus pode fazer através da sua palavra transmitida por nós homens falhos e pecadores, Ela falava chorando aos jovens presentes o que lhe impediu de se acercar a eles (os jovens) foi ver como muitos levavam a sua vida Cristã; E Deus através de uma nova convertida falou com muitos jovens que estão anos e mais anos vivendo uma vida de religiosidade e desculpa a expressão uma vida contaminada de pecados. Nenhum de nós esta livre de pecar porque temos uma natureza pecaminosa, mas que Deus tenha misericórdia de nós quando cometemos o erro de pensar que a nossa religiosidade, que a nossa interpretação pessoal ira nos salvar, me refiro a interpretação porque as vezes interpretamos as verdades bíblicas da forma que nos convenie.              
Era uma reflexão e eu acabei escrevendo um livro, mas este tema tem me feito refletir muito e estudando e escrevendo varias vezes parei e pedi para a Deus que me ajude e me libere diariamente da minha natureza e que me perdoe nas minhas muitas debilidades.

Bruna Carielle Garcia

domingo, 22 de abril de 2012

Onde encontrar Deus

Tudo Isso é Jesus, tudo isso é Deus na nossa carne quente e mortal.  Um Deus que encontramos dentro de nós e de nosso cotidiano, sem precisar buscá-lo aqui e ali, mas buscá-lo na nossa interioridade, onde ele, um dia, penetrou e de onde nunca mais saiu, nos fazendo filhos e filhas, semelhantes ao seu filho Jesus. E quando chegar nossa hora de partir, Ele vem, toma o que é dele e leva para o seu Reino, isto é, nos leva cada um para sua casa, porque nós, seus familiares, pertencemos a casa dele.

Leornardo Boff

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aborto, já que foi aprovado: fazer ou não fazer, agora será a questão!


Estou estudando a crítica da razão pura do filósofo Immanuel Kant, e fico admirado quando sou incitado a ter na fé a clarificação de toda obscuridade que não pode ser apreendida pela experiência sensorial. Daí disserta que a despeito do sentido da vida, há muito mais perplexidade e espanto do encontro do homem diante da morte do que na busca pelo sentido da vida. Que o diga Sartre! A morte é inexplicável, seu sentido é incomensurável (até aqui penso)! Diante do absurdo da morte, através do conhecimento a priori, resta ao homem contemporâneo, alardeado e imerso em um mundo que o pressiona à trilha positivista, resta trilhar rumo ao ceticismo da vida. Muito pior, duvidar do valor da vida, da vida humana!

É claro que não sou a mãe, não sou o ser humano que nutre dentro de si um embrião em processo para a vida. Não sou a mulher que perpassará entre a dor de gestar uma vida, sob nossa ótica, sem vida! Não sou a mulher que antes, muito antes ao julgamento da sociedade, em caso de opção ao aborto, carregará a dor dual, de ter-se extraído de si o projeto de vida e ter que carregar na consciência o estigma da mulher abortiva. Mas também não sou feto, que nunca sabemos se senti ou não a dor de sua prematura partida da vida. Como já disse, não sou a mãe, mas é certo que eu poderia ter sido o feto, que em um silencio não explicado ainda pelos homens através da ciência, irrompe em sua “proto-racionalidade” um clamor ao Deus desconhecido pedindo apenas vida, traduzida por esperança! É a esperança que nutre quando não há saúde! Não sou a mãe e não sou feto, certo? Mas sou o ser humano, que se um dia for diagnosticado com morte cerebral, desde já clamo, NÃO DESLIGUEM OS APARELHOS, pois o homo faber ainda não aprendeu a fabricar milagre, e desaprendeu a esperança, mas eu a tenho, e a minha limitada mente ainda a alcança!

Uma coisa é certa, todas as religiões acreditam haver um Deus ou deuses. E que esse(s) possuem poder, força e influência na vida humana. Acreditar fundamentalmente que o direito de escolha de interrupção da gestão por parte da mãe é uma correção de dignidade humana, é acreditar que o Deus, ou deuses, em todas as expressões religiosas foram todos derrotados, desacreditados, enfim, nenhuma esperança resta aos mortais. Partindo do pressuposto que o Deus, ou os deuses não mais existem, então podemos desconstruir tudo que foi construído até o momento e refazermos as sociedades sem dó e sem piedade!

E não teço o discurso com qualquer pretensa a confessionalidade, faço-o de mente e espírito abertos, mas de tal forma que se limita a uma dialética que perpasse e ressalte o valor da vida humana. A restrição da dor da mãe, com a alternativa da morte ao feto, é um anestésico com todo sentido carregado desde as origens epistemológicas da palavra no grego. É causar apenas, momentaneamente uma paralisia, que em um futuro ressuscitará ou transfigurará em letargia.

Finalizo com o depoimento emocionante de um avô que disse: “…tenho uma netinha com 2 anos de idade, ela nasceu com má formação cerebral (agenesia do corpo caloso). Ela não anda, não fala, ouve muito mal e com aparelho auditivo, até hoje não sabemos se ela é cega ou não. Musculatura toda flácida, enorme dificuldade para se alimentar. Sabemos que o seu processo de desenvolvimento será nulo ou muitíssimo lento. Ela tem um atraso mental expressivo. Quando ela nasceu ficamos assustados com a perspectiva dela não SOBREVIVER. Mas ela encontrou, aqui, tanto AMOR e CARINHO que ainda se encontra entre nós e esperamos que por um longo tempo. Dá trabalho ? Claro, um trabalhão ! Mas a vida dela vale cada CENTAVO que a minha filha investe nela. Presente de DEUS não se escolhe!”


Se não há choro diante da morte, porque lutar pela vida!?

Paz, Rafael Dias.
OBS.: A vida é feita de escolhas, como disse anteriormente, não luto contra a decisão do STF, pois o órgão tem legitimidade para legislar, e no bordão popular "não choro o leite derramado". Mas vale lembrar que o que se está em questão primeiro, (1) são vidas que estão em jogo (mãe, pai e família), que após a decisão necessitarão de amparo especial, que tal já esteja previsto, e (2) a preocupação real do objeto todos sabemos não ser o feto com ausência de cérebro, mas a próxima pauta, podem crer, sem qualquer pretensão apocalíptica, será a autorização para o aborto dos fetos com cérebro. E a questão mais uma vez será: é de utilidade pública, questão social etc.

O caminho econômico já está pronto pra isto, o que não me assustará quando da legalização total do aborto, já haver clínicas, aparato, especializações acadêmicas, medicações próprias, e as famosas licitações para clínicas particulares atenderem ao SUS.

Não sintam-se ofendidos com minha posição. Todos temos que tomar posições ante diversas questões da vida. Seja pessoal, acadêmica, profissional... posso mudar de idéia, sou humano. Os problemas do sofrimento humano e mazelas sociais não se resolvem com a morte. Ao menos não deveriam.